Feliz 2008

Temos estado ausentes. Culpa toda minha porque a inspiração tem andado fugida. Uma adaptação muito grande a uma nova tentativa de vida profissional com todas as ansiedades que por vezes surgem, mas que tendo sempre mandar embora.

Agora o mais importante de tudo, Novidades do André:

Está a ser acompanhado desde Junho na Diferenças. Parece mais concentrado, mas ainda muito pouco para aquilo que ele necessitaria.

Continua a adorar a escola, mas mais na parte da brincadeira. Mas lá vai todo feliz de manhã com a sua mochila. Tem uma nova paixão: mudou de ATL e deste nem quer vir para casa ao fim do dia.

Foi operado nas férias do Natal à garganta e ouvidos (tubinhos). Portou-se como um herói. Agora até dia 12 de Janeiro voltou a ser bebé pois só come liquidos. A sorte é ter direito a gelados.

Quando lhe perguntamos se dói, diz logo que não, apesar de se ver que sim. Diz que já está bom e que não dói nada. É um menino lindo....

Compromisso de 2008: tentar escrever mais frequentemente e visitar todos os blogs em atraso.

Votos de um excelente 2008 para todos!

Regresso

Estas foram realmente umas férias grandes.

Com mais tempo livre "forçado", dediquei-me a ser mãe, mulher e dona de casa a tempo inteiro.

Vivi e senti as múltiplas vantagens de poder acompanhar os meus filhos, tratar da roupa e da casa, fazer jantares, lanches e almoços.

Poder fazer bolos, chegar de férias e continuar de férias, ou pelo menos sem me meter num carro, conduzir quase uma hora, estar mais nove horas num escritório e voltar apreesiva com o trânsito, agredecida pela boa vontade dos avós em ir buscar as crianças à escola.

Agora que acabaram as ditas férias de tudo (inclusivé deste blog, com pena minha, mas sem aquele impulso de cá vir, que agora quero eliminar), continuo de férias do tal trabalho. Agora levo pela primeira vez em muitos anos os meus meninos à escola, acompanho o André às terapias, falo com professoras. Vou buscar à escola e ao ATL. Levo à natação, faço o jantar, preparo mochilas.

Tudo com outro tempo, com outra disposição e dou por mim a pensar para onde tanto corri estes anos todos, quando tenho tudo aqui tão perto de mim e que me torna tão feliz.

Sei que não pode ser sempre assim. Infelizmente não tenho recursos para isso e penso o quanto seria bom para o André ter a mãe sempre perto, sempre disponível, sempre presente.

Sei que tenho de procurar um novo projecto e aproveito estes momentos para me encher o coração e espero que os meus filhos guardem nas suas memórias estas férias, estes dias tão partilhados, com tanto amor.

Peço também ao Anjo que guia os meus passos que me leve por esse caminho, que desconheço, mas que só pode ser iluminado pelo coração dos meus filhos, pois só assim faz sentido.

Um tempo de muitas emoções

Muitas datas importantes, muitos momentos que encheram o coração de ternura o bons momentos….

Os anos da minha Mãe. Mulher fantástica, lutadora, determinada, persistente. Refilona. Teimosa. Que me adora.

Que eu adoro. Que transborda e nos inunda com tanto amor que sente.

Os meus anos. Foram 35. Feitos em cheio numa época de renovação, de mudança, de esperança. Comemorados num Baptizado, para comungar esta nova era, que ai vém.

O dia da Mãe, logo no dia a seguir. Mais bolos, mais Parabéns, mais velas, mais parabéns às Mães, a nós as duas que nos amamos, discordamos, discutimos, conversamos, passeamos e não vivemos uma sem a outra.

Os Anos da minha linda Filha. Também teimosa, refilona, persistente, lutadora, desafiante, esperta, determinada ou não saia à avó, à mãe e não seja a 3ª da descendência Taurina lá de casa.
Quatro dias importantes. Todos sobre nós. As mulheres da casa.
Que fiquemos por muito e muito e muito tempo juntas.
Parabéns a nós!!!

Planos...

O André vai começar uma nova etapa.
A aprendizagem da leitura, a concentração andam por ai nas nuvens e ele ainda não as conseguiu apanhar…

Aproveitando esta paragem forçada, esta travagem profissional, um dos meus muitos objectivos passa certamente por avaliar/reorganizar/pesquisar todos os apoios que ele possa vir a ter
O que eu queria mesmo, era conseguir uma actividade profissional compatível com as minhas crianças, os apoios as actividades.
Sei que é muito difícil, mas também sei que não é impossível e que só posso saber tentando.
A minha área, formação profissional é vasta, mas tem também muita concorrência, muita oferta, como aliás já começa a ser comum em todas as áreas.
Ter estado dedicada 3 anos exclusivamente a uma empresa pode ser bom ou pode ser mau.
Sei que só tentando saberei e eu vou mesmo, tentar.

Quanto ao André a partir de Maio vai ter um apoio semanal à compreensão da leitura e escrita na DIFERENÇAS.

Vamos tentar ter o máximo de articulação escola/casa/apoio.
Vou investigar na Segurança Social todo o apoio que me poderão dar.

Quanto a mim… bem… estou confiante…. Com algum receio, mas com muita força!
A partir de Maio vou ficar a dar um apoio semanal à empresa um ou dois dias… e começar a fazer Planos….

E hoje, por acaso, descobri isto…
http://aborto.aaldeia.net/criancasdeficientes.htm

Quem nunca leu, prepare-se para as lágrimas que possam surgir….
Bom fim-de-semana

Ainda sobre crescer com um irmão diferente.....

Porque é importante registar o que pensam os mais pequenos, este fds de semana combinamos cá em casa fazer um entrevista sobre o André.
A catarina e o Bruno, um em cada sitio, sozinhos, escreveram umas pequenas linhas sobre ele.
A seguir um de cada vez no quarto comigo, respondeu a umas perguntas sobre o André.
Fica o registo, sem qualquer alteração.....

Catarina (8 anos menos 15 dias)
"Eu gosto muito de brincar com o André, porque gosto de ensinar-lhe a escrever e a ler. O André todos os dias mete-se na minha cama.

Ele gosta muito de mim, (até) anda sempre ao pé de mim.
O André gosta de brincar comigo e gosta de dançar e fazer certas coisas

O André é especial para mim, eu gosto muito dele "

Bruno (9 anos)

"O André é brincalhão
Às vezes exagera de mais
Eu digo para se acalmar
E ele continua

Ele bate-me
Tau,tau,tau
Eu evito bater-lhe
Mas ás vezes tem de ser

O André para mim
É como um irmão
Eu brinco com ele
E canto ão, ão, ão! "

Entrevista:
O que mais gostas no André
Catarina : De brincar com ele
Bruno: Das palhaçadas dele

Como é para ti o André?
Catarina : É especial, porque o acho engraçado (além de ser mana dele)
Bruno: É brincalhão

Achas o André divertido?
Catarina : Sim, porque brinca comigo e é querido e é engraçado a fazer os jogos
Bruno: Muito, muito, infinito e mais além, porque tem graça o que ele faz,parece o Mr. Been.

Costumas Ajudar o André?
Catarina : Sim
Bruno: Muito

Em quê?
Catarina : A ler, a escrever, a dizer certas palavras que ele já saiba
Bruno: No que ele gosta de fazer

História Coragem

E quando a revolução não acontece com o nascimento, mas na tranquilidade de uma vida feliz?

Assusta, arrepia. Eles não merecem. Nós não merecemos.

Toda a força do mundo. Todo o apoio possível. Que este menino com os seus oito anos e com toda a força do mundo seja um grande vencedor nesta batalha.

Que a familia dele, tenha muita coragem e muita força.

Ficam os links...
http://jn.sapo.pt/2007/04/15/porto/puto_coragem_lutaao_cancro_internet.html
http://ajudaragora.blogspot.com

Olhar em frente

Já aprendi e duramente que por vezes a nossa vida tem uma mudança radical.

Quando menos esperamos o rumo muda.
Os caminhos são diferentes. As portas que conhecíamos já não abrem e teremos de procurar outras.

Muitas vezes, dei por mim a pensar que trabalhar das 8h às 19h (hora que saio e que entro em casa) não é totalmente compatível com crianças em idade escolar, família já não falar em qualidade de vida.
Equacionar essas variáveis com realização profissional, sucesso e dinheiro para ter a tal qualidade da vida, é uma fórmula que muitos tentam descobrir.

Um bocadinho para perceber os mistérios da vida, um bocadinho para ter algo em que me apoiar, passei a acreditar que as coisas estão escritas, que há um caminho, que há um guia.
Que temos uma missão.

Acabei por não encontrar a tal equação, acabei por tentar equilibrar todas as variáveis e ir "empurrando" com a barriga uma situação económica mais ou menos confortável, versus pouco tempo, não muita realização profissional e escasso tempo familiar.

Bem…. Mas o mundo não pará e as coisas aconteceram.

Tenho tentado equilibrar, sem grandes apoios a formação profissional de uma série de pessoas no meu local de trabalho. Sózinha, sem suportes , sem avaliações de competências…. porque ainda se pensa que não é necessário e porque uma estrutura dessas implica um grande investimento.

A empresa tinha de decidir entre fazer esse investimento e criar um departamento em condições, ou contratar esse serviço externo.

Vão contratar o serviço externo.

O meu posto de trabalho vai ser extinto… vou ter de calçar de novo as "sapatilhas" e por-me a caminho.

Estranhamente sinto-me tranquila.

Sabia, sei dentro de mim que neste local não teria futuro.
Não sei o futuro. Sei que estou cheia de coragem e que acredito que descobrirei o caminho.
Num ápice as variáveis mudaram e agora todas elas deram um resultado na equação.

Agora só tenho de um lado o desiliquibrio financeiro, porque do outro tenho a disponibilidade para a família, para mim, para parar e pensar em novos caminhos.

Claro que tudo isto, se traduz em alguns receios, principalmente de sobrevivência.

Diz o velho ditado que Deus fecha uma porta, mas abre uma janela.
Por enquanto, vejo tudo muito enevoado… é como se fosse um deserto.
Mas espero em breve, conseguir ver uma linda paisagem!